quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DRCLAS Brazil Studies Program - Mudanças climáticas aumentam mortalidade de idosos nas metrópoles brasileiras


Temos observado a ocorrência de mais extremos climáticos, globalmente e no Brasil. É claro que consideramos as mudanças cíclicas do planeta, mas também é óbvio que a ação humana acelera os processos de mudança climática. Como pesquisadora, digo que temos mais provas de que as mudanças estejam sendo causadas pelo aquecimento. De qualquer modo, alterações no ambiente afetam o corpo humano- avalia Micheline.
Micheline Coelho, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), colabora com os estudos da USP

INPE - Oceanos saudáveis são nova ferramenta para combater aquecimento global



Autor: Fernanda B Muller


A situação atual demonstra que, ao contrário do necessário, a humanidade está prejudicando e degradando estes ecossistemas em uma taxa alarmante. As estimativas são que 7% destes sumidouros azuis de carbono estão sendo perdidos anualmente, ou sete vezes mais rápido do que há 50 anos.
O GPMC do INPE tem como objetivo o desenvolvimento de pesquisas relacionadas ao tema mudanças climáticas

COPPE - UFRJ


A causa deste aquecimento está ligada ao aumento da concentração atmosférica de GEE (gases de efeito estufa), que por sua vez é conseqüência direta do aumento da emissão destes gases provocada por determinadas atividades econômicas, sobretudo dos setores de energia e transportes e desmatamento.

Aquecimento Global

Prof. Paulo Polito [IO - USP]


O aumento na emissão de certos gases na era industrial acentuou esse efeito, modificando o balanço global de calor. Esse balanço envolve processos que acoplam a atmosfera, os oceanos e os continentes. Nesses processos a água, com sua enorme capacidade térmica, tem um papel fundamental. Os oceanos armazenam e redistribuem quase todo o calor do sistema e são o foco de muita pesquisa ligada à previsão climática.
O armazenamento de calor nos oceanos causa a dilatação da coluna d'água e, portanto, uma variação no nível do mar. Tendo em vista o balanço dinâmico no oceano entre o gradiente de pressão e a força de Coriolis, as variações no nível do mar estão associadas também a correntes marinhas de larga escala.

Aquecimento global


O aquecimento global é, segundo a maior parte dos estudos feitos nesta área, uma consequência directa da actividade humana. A intensa actividade industrial do último século, fortemente baseada em combustíveis fósseis, tem levado ao aumento da concentração de CO2 (dióxido de carbono) e outros gases de efeitos de estufa na atmosfera.
A off7 é uma empresa nacional, criada com o objectivo de contribuir para que Portugal caminhe rapidamente para uma economia de baixo carbono

Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas

Se por um lado o efeito estufa é benéfico, por outro a concentração excessiva de seus gases, especialmente o CO2 , acaba formando uma barreira que dificulta a liberação para o espaço da energia refletida pela superfície da Terra. Esse fenômeno, provocado pelo homem, tornou-se conhecido como aquecimento global. Causado principalmente pela queima de combustíveis fósseis, o aquecimento global é hoje responsável por alterações drásticas no clima de todos os continentes e pelo aumento do nível dos oceanos.O IPCC concluiu que a grande parte do aquecimento observado nos últimos 50 anos se deve a atividades humanas.
O FBMC é composto por 12 ministros de Estado, do diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) e de personalidades e representantes da sociedade civil, com notório conhecimento da matéria, ou que sejam agentes com responsabilidade sobre a mudança do clima

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Pesquisa sobre Sustentabilidade ganha o Nobel de Economia




Por Patrícia Campos Mello

Dois americanos receberam o Prêmio Nobel de Economia por seus estudos de governança econômica, que analisam como empresas ou trabalhadores se associam para resolver problemas provenientes da competição no livre mercado. O prêmio de US$ 1,4 milhão foi interpretado como um alerta da Academia de Ciências Sueca sobre os desdobramentos da crise econômica atual.Elinor Ostrom, da Universidade de Indiana, primeira mulher a receber o Nobel de Economia, estuda como grupos de pessoas conseguem explorar recursos naturais de forma sustentável, mesmo sem regulação do governo ou privatização. Oliver Williamson, da Universidade da Califórnia em Berkeley, pesquisou como é o processo de decisão dentro das empresas e como, às vezes, isso funciona melhor do que deixar as decisões a cargo do livre mercado.
Em um momento em que o mundo se vê entre dois extremos - de um lado, a demonização do livre mercado como o causador da atual Grande Recessão, e de outro, a opção por grande intervenção do governo para corrigir as deficiências - , o prêmio mostra que há outros agentes e opções que não são nem o livre mercado irrestrito, nem a enorme expansão do papel do governo na economia. Segundo o comitê premiador, essa dualidade mercado-governo é simplista demais e há outras interações entre outros agentes: "Os dois pesquisadores nos ajudaram a entender as instituições fora do mercado, que não são parte do governo".O prêmio a Elinor Ostrom, da Universidade de Indiana, causou surpresa. Ela é formada em ciência política e é pouco conhecida em círculos econômicos. "É parte da fusão das ciências sociais", disse Robert Shiller,professor de Economia em Yale. "A economia estava muito isolada e esses prêmios de hoje comprovam que há uma posição mais esclarecida agora. Nós estávamos muito presos à teoria de que os mercados sempre são eficientes." Elinor pesquisou como os recursos naturais, como florestas, estoques de peixes, lagos ou a natureza, podem ser protegidos mesmo sem regulamentação do governo ou privatização. Sua pesquisa desafiou o conceito da "tragédia dos comuns" - segundo a qual bens comuns e o meio ambiente são destruídos porque os indivíduos levam em conta apenas os próprios interesses, sem considerar efeitos negativos de suas ações sobre os outros.Mas Elinor mostrou que, em muitos casos, grupos de pessoas se organizam e conseguem explorar de forma sustentável os recursos naturais, mesmo sem intervenção do governo. Isso ocorre porque, com o tempo, as pessoas formam redes e instituições que desenvolvem maneiras para lidar com os problemas. Pescadores de lagostas no Maine, por exemplo, se juntam para regular informalmente a pesca do crustáceo, para que não haja esvaziamento de estoques. A pesquisa, disse ela, é relevante para lidar com questões como o aquecimento global.Oliver Williamson, da Universidade da Califórnia em Berkeley, recebeu o prêmio por suas pesquisas sobre o processo decisório dentro das empresas, e porque muitas vezes é melhor deixar uma decisão a cargo da empresa do que do livre mercado. "Economistas costumavam encarar as empresas como uma caixa preta, e não olhavam dentro delas", disse Williamson. "Nós abrimos a caixa preta." Williamson estudou como as decisões são tomadas dentro da empresa. A abordagem é diferente do estudo econômico habitual, que encara empresas como entidades únicas onde o processo decisório é desimportante diante da decisão em si. Segundo Paul Krugman, que recebeu o Nobel no ano passado, o prêmio deste ano é um reconhecimento para a importância da chamada "nova economia institucional", que combina economia, direito, sociologia, ciência política e antropologia para compreender como as instituições (indivíduos, empresas, mercado e grupos) surgem, interagem, mudam e como devem ser reformadas e reguladas. "As tentativas de replicar em modelos o comportamento das empresas multinacionais se baseia nas ideias de Williamson", disse Krugman. No caso de Elinor, "é crucial saber que há uma maior variedade nas instituições, um gama mais ampla de estratégias que funcionam, e não a simples divisão binária entre indivíduos e empresas".

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Analise Ética de Tópicos de Desenvolvimento e Sustentabilidade

O Brasil precisa assumir a responsabilidade por um novo processo civilizatório sustentável em todos os níveis

Por Vinicius Carvalho da Silva e Monique Carvalho Dias de Sa Minuzzi

Em dezembro, a comunidade política e científica Internacional se encontrará em Copenhagen no CoP-15, para discutir as providências que devem ser tomadas para que solucionemos os problemas causados pelas mudanças climáticas conseqüentes da crescente degradação da biosfera.
O Brasil precisa assumir a responsabilidade por um novo processo civilizatório sustentável em todos os níveis. A Amazônia e outros biomas, como a mata atlântica e o cerrado, vem sendo destruídos para satisfazer interesses mercantilistas auto-destrutivos. O PNMC revela-se insuficiente, diante do quadro atual. Mesmo o tratado de Kioto está muito atrás do que realmente deveríamos fazer, e ainda assim o tratado não é respeitado, o que revela uma tendência bio-suicida da civilização contemporânea. A grande verdade inconveniente é que 17 % da floresta foram destruídos. Ao mesmo tempo em que se verifica o aumento de investimentos em pecuárias e agriculturas tóxicas e destrutivas. Nosso Senado, Câmara de Deputados, nossa classe intelectual, a Universidade brasileira, a Sociedade como um todo, todos precisamos deixar claro que queremos crescer sim, mas que entendemos por crescimento algo muito além do que uma taxa percentual elevada do PIB; que não nos interessa crescer como a China, que em nome de um mercantilismo desenfreado, degrada seu Meio Ambiente, plantando, portanto, as sementes de crises ecológicas, morais e sociais. Também não queremos ser um novo Estados Unidos da América, pois não nos interessa o seu modelo insustentável de sociedade de consumo e show-bussines. Queremos descobrir nossa brasilidade, exercer um novo “estar no mundo”, sermos lideres sim, mas não nos moldes arcaicos das velhas lideranças. Queremos muito mais do que crescer, queremos amadurecer como Civilização, queremos evoluir como Humanidade.
O Brasil vem contribuindo horrivelmente para o aquecimento global por conta das queimadas assassinas, do geocídio horripilante. Se somos pensadores do Brasil e do Mundo, e não apenas membros de uma espécie auto-destrutiva, então saberemos pensar essa delicada rede de conhecimentos, afim de salvaguardarmos nosso patrimônio comum: nossa cultura, nosso lar, a Natureza que nos abriga em seus seios. À medida que a temperatura do planeta se elevar exponencialmente, que a água se fizer cada vez mais contaminada e escassa, que a floresta se transmutar em pasto, que o cerrado se fizer deserto, nos veremos numa sociedade cada vez mais tensa, instável, faminta, violenta e fragmentada. Não ha crise ecológica, ambiental, somente.
Nossa crise é, antes de tudo, civilizacional. Nossa Moral que morre lentamente, o nosso modo de ser no mundo, de ver o mundo, de nos constituirmos enquanto Humanidade, que se revela insustentável. Em Copenhagen, chega de maquiagens, de remendos, é chegada a hora de tomarmos medidas serias e objetivas com intuito de reinventarmos o processo civilizatorio, o modelo industrial e econômico. Não e’ verdadeiro pensar que o único desenvolvimento econômico possível é aquele que destrói o meio ambiente, promovendo a riqueza de poucos grupos multinacionais, enquanto bilhões de pessoas permanecem em dificuldade; enquanto, como o aponta nosso Pensador Milton Santos, 14 milhões de pessoas no mundo morrem de fome, antes de completar cinco anos de idade, todos os dias. Não é mais possível pensar que o problema econômico e o problema ambiental são coisas distintas. Um é reflexo do outro, e para que um mude, o outro deve mudar. Pensemos em transações econômicas, através das quais, fatores como a balança comercial, ligados ao eixo exportação-importação, são responsáveis pelo crescimento da taxa percentual do Produto Interno Bruto Nacional. Em nome da elevação deste índice, exportamos camarões para EUA, Europa e Ásia. Entretanto este mesmo aumento verificado do PIB promove a destruição de biosferas, para a construção de fazendas de camarão, como se verifica na Bahia, e em outras regiões do Brasil.
Enquanto fornecemos a matéria prima para saborosas e sofisticadas sessões gastronômicas, realizadas nas ricas searas estrangeiras, e engordamos os bolsos de empresários irresponsáveis, tudo em troca da geração momentânea de subempregos e de boas performances "pibianas", geremos um quadro no qual, a população local destas regiões exploradas, passam a viver aos poucos, em localidades desmatadas, e, portanto, a longo prazo, insalubres, com modificações climáticas e queda na obtenção de fontes de água potável. Apos a destruição da biosfera local, essas empresas vão embora com os cofres cheios, os empregos desaparecem, e portanto, os benefícios que tais empresas geravam, também acabam, e tendo seu meio ambiente degradado, tal sociedade se torna mais pobre do que era. Este é, entre tantos, apenas um exemplo que deve ilustrar nossa reflexão e motivar nossa ação. Um pensamento econômico, verdadeiramente justo, eficiente, abrangente e profundo, saberia vivificar uma região, ao invés de degradá-la, saberia educar, e agregar valor ao povo, ao invés de explorá-lo. Precisamos reinventar o Brasil e o Mundo, Agora!
Cobramos, portanto:
Que o Governo e a Sociedade brasileira assumam o REAL compromisso de combater o desmatamento da Amazônia, em caráter de URGENCIA, diminuindo progressivamente o desmatamento até que cesse completamente nos próximos 3 anos e adotando um enérgico plano de reflorestamento de 100% da área desmatada, pelos próximos 20 anos.
Um REAL E EMERGENCIAL combate ao desmatamento do Cerrado, e programas enérgicos de reflorestamento das áreas desmatadas.
Um REAL E EMERGENCIAL combate ao desmatamento da Mata Atlântica, e programas enérgicos de reflorestamento das áreas desmatadas.
Que o Brasil reduza drasticamente suas emissões de Co2, aumentando o contingente e a eficiência dos órgãos fiscalizadores específicos, combatendo rigorosamente a cultura de queimadas com fins pecuaristas e agrícolas.
Que o Governo incentive cada vez mais a produção agronômica orgânica. Esta não é, como dizem alguns, apenas uma questão econômica. Os orgânicos não são apenas um novo e rentável mercado a ser explorado. A agricultura convencional depende da larga utilização de substancias extremamente tóxicas, que contaminam os lençóis freáticos, que se impregnam nos alimentos, e intoxicam os consumidores. Centenas de pessoas todos os anos, são vitimadas por intoxicação, por manejo de agrotóxicos. Logo, esta não é apenas uma questão de Economia. E’ uma questão Moral, de Ética Planetária, de saúde pública, de saúde social, de manutenção de um meio ambiente devidamente equilibrado. Portanto, cobramos uma progressiva ação de incentivo aos métodos agrícolas verdadeiramente ecológicos.
As pesquisas com transgênicos datam de poucas décadas. A transgenia seleciona artificialmente, por manipulação humana, o que a natureza demoraria milhares de anos para fazer, ou talvez nunca faria. Seria mais prudente, portanto, restringirmos a cultura transgênica, e incentivarmos a produção verdadeiramente agroecológica.
Concluimos agradecendo a oportunidade de congregar idéias, produzir pensamentos, de juntos buscarmos o fermento intelectual adequado para repensarmos o processo civilizatorio, e criarmos formas alternativas, mais ricas e justas, mais criativas e sustentáveis, de constituirmos nossa humanidade.
Vinicius Carvalho da Silva - Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Monique Carvalho Dias de Sa Minuzzi - Faculdade de Administraçao e Tecnologia da Informaçao da Faculdade Arthur Sa Earp Neto-RJ